Quando se trata de comida, tem muitas coisas que nos fazem passar vergonha.
Uma grande vergonha é quando você vai a um jantar formal e encontra três (ou mais tipos) de talheres sobre a mesa. Quando chega o prato você não sabe se come com a mão, qual garfo usa, se deve cortar. Complicado, não?
Esse negócio de etiqueta exclusivo, mas isso outro assunto.
Elegâncias a parte, há coisas que acontecem até com quem tenha estudado etiqueta. Quem é que nunca pegou um canapezinho pensando que fosse de uma coisa e, quando colocou na boca, percebeu que era outra que não gosta ou não pode comer? Há quem prefira comer e já por outra coisa por cima, há que saia de fininho para o toilette para jogar fora, mas há quem cuspa no primeiro guardanapo que aparecer.
Mas e quando você vai comer pão de forma e fica tudo grudado no céu da sua boca? Isso pode acontecer com qualquer pessoa, não pode? O que fazer nesse momento? Depende se está em público ou sozinho em casa, mas é cansativo ficar tentando empurrar com a língua, não é?
E se você corta um pedaço de carne e ele pula pra fora do seu prato? Aí não dá nem pra disfarçar.
Uma coisa que acontece muito é quando eu pego ovinho de codorna. Se você decide colocá-lo inteiro na boca, o desafio é conseguir mordê-lo sem abrir a boca, e quando você decide cortá-lo, o desafio é conseguir espetá-lo com o garfo, pois sem um apoio ele fica rolando pelo prato.
Mas uma vergonha muito grande que eu passei uma vez foi quando almocei com um pessoal do trabalho e o restaurante tinha, na saída, uma bandeja com doce de leite, doce de abóbora, suspiro, café e chá. Eu peguei um suspiro e quando coloquei na boca, a Elaine falou alguma coisa engraçada. Voou suspiro da minha boca, só que tinha uma moça na minha frente e vários farelos do suspiro pousaram sobre a bolsa dela.
Só espero que ela não tenha percebido que fui eu.