22 de fevereiro de 2009

Cara ou coroa?

As pessoas têm uma mania meio chata de só prestarem atenção nas coisas que a gente faz de errado. Parece que as coisas negativas têm um peso muito maior do que as coisas positivas.
Muitas vezes, uma coisa que fizemos anos atrás ainda é considerada e ficamos estigmatizados por causa dela.
As pessoas mudam. Eu não sou mais a mesma de que quando tinha 16 anos. Tenho certeza que vocês também não pensam exatamente as mesmas coisas que pensavam há uns 5 anos.
Mesmo porque quando erramos e percebemos o erro, a pretensão é não voltar a cometê-lo, certo?
Mas tem sempre um “cerumano” que vai lembrar daquela época que você costumava comer arroz salgado com leite, ou que você um dia grudou chiclete no cabelo do irmão e toda vez que te vir mascando um chiclete vai sair correndo, ou vai te zoar pra sempre porque você gostava de uma música do Polegar que agora nem lembra mais o nome dela.
E tem também aquele sééério problema, que, aliás, me irrita muito: você, por exemplo, chega sempre no horário nos seus compromissos. Nunca se atrasa, mas um dia você passa mal de madrugada, não dorme bem, acorda atrasado e, consequentemente, chega atrasado ao seu compromisso. Pronto, já é motivo para alguém dizer: “você sabia que está atrasado?”
E nessas a lei de Murphy sempre ajuda. Você atrasa bem no dia que seu chefe resolve chegar mais cedo, ou quando seu médico que você esperou seis meses pela consulta não pode esperá-lo, pois tem mais 532 pacientes para atender, essas coisas.
Minha mãe me contou que uma moça da cobrança do banco ligou pra ela pra cobrar a fatura que não estava paga. A questão é que a minha mãe sempre paga a fatura em dia e ela não estava com o melhor dos humores. Quando a moça explicou o motivo da ligação, minha mãe disse: “eu estava saindo para ir ao banco, mas quando eu pago a fatura adiantado ninguém me liga pra elogiar”.
É certo que pagar nossas contas não é nada mais que nossa obrigação, mas que ser cobrado em certas circunstâncias é muito chato.
Existem também aquelas que fazem sempre a mesma coisa, mas que quando precisam que alguém as dê um crédito, ela não consegue, mesmo que dessa vez ela esteja disposta a agir corretamente.
Igual quando alguma coisa minha de comer desaparece e eu já logo penso que foi meu irmão. Eu só não chego acusando porque às vezes nem foi ele, mas que a primeira pessoa que me vem à cabeça é ele, é verdade. Mas por que será? Será que é porque ele tem o deselegante hábito de comer tudo?
Temos aí os dois lados da moeda: um quando você sempre faz as coisas certas, mas é só fazer duas vezes errado pra todo mundo perder a confiança em você, pois você que já errou duas vezes pode vir a errar muitas outras. Em contrapartida, se você fizer certo duas vezes uma coisa que sempre fez errada, raramente é o suficiente pra alguém começar a confiar em você, ou ver que você está disposto a mudar, afinal de contas, você fez tantas vezes as coisas erradas...

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