3 de setembro de 2009

Pode repetir, por favor?

Aprendemos na graduação de letras que a língua é dinâmica, ou seja, ela se modifica com o tempo, novas palavras vão sendo incorporadas, outras mudam seu sentido original.
Talvez o que observei e vou expor agora não seja exatamente uma mutação da língua, mas uma conseqüência da vida moderna e com pouco tempo.
Tornar as coisas mais práticas geralmente é muito bom. Mas e quando diminuímos as palavras em função de ganhar tempo?
Muitas vezes não somos compreendidos por todos, ou então já nem sabemos como é a palavra inteira.
Esse é o caso do cinematógrafo e do pneumático. Eu estava lendo um livrinho do Professor Sergio Nogueira, aquele que vai no Soletrando, e ele citou esses dois casos.
O cinematógrafo é o que chamamos hoje de cinema e o pneumático é o famoso pneu. Eu não sabia disso até aquele dia.
Os nomes de cidades ou estados, principalmente os compostos, também passam por isso. Hoje, se eu digo, vou viajar para o Rio, as pessoas saberão que irei ao Rio de Janeiro, ou se disser que acampei em Floripa, todos sabem onde estive.
Eu, particularmente, não gosto muito dessas diminuições
É como dizer facul. É bem difícil encontrar quem diga, informalmente, “faculdade”.
Outro dia eu estava conversando com meu primo
Matheus e ele disse: “depois levamos a vó pra soci”. Eu sei o que ele quis dizer, provavelmente algumas pessoas de São Bernardo também saibam, porque “soci” é o apelido carinhoso da Associação dos Funcionários Públicos de São Bernardo do Campo.
Isso também ocorre muito com nomes das pessoas. Todas as Carolinas são Carol, todas as Tatianas são Tati, todas as Fabianas são Fabi, e por aí vai.
Mas eu quando o nome fica difícil de diminuir?
Por exemplo, Conceição. Eu conheci uma moça que chamava a cunhada dela de “Ção”. Fico na dúvida se é mais bonito chamar de Ção ou Concei...
E um senhor que trabalha na empresa que se chama Arimatéa. A maioria do pessoal o chama de Ari, mas um dia Camila Antonelli contou que entrou na sala dele e disse: “bom dia, seu Arima”. Eu achei muito engraçado.
Mas, na minha opinião, o apelido inesquecível foi o que um menino que até já saiu da faculdade colocou na nossa professora de filosofia.
O nome dela é Maria Immaculada, mas nós a chamávamos só de Immaculada. Ela havia passado uma atividade para entregar e, quando chegou o dia da entrega, esse menino me perguntou: “você fez o trabalho da Immacu?”
Dou risada disso até hoje.

2 comentários:

Backfield Rock disse...

"todas as Tatianas são Tati" ...pois é hahahah..
achei seu post engraçadinho...
mas Immacu, ri alto sem conhecer a pobre coitada...hahahah

xxx

Amanda disse...

ah não acho difícil alguém que fale "faculdade" informalmente, até porque eu falo, sinceramente acho feio dizer facul, ou facu, isto me faz pensar em besteira...