27 de julho de 2008

Histórias de Ônibus Parte IV

Os sem noção
Pessoas desprovidas de bom senso têm em todo lugar.
Mas desgraça pouca é bobagem. Sem noção ao ar livre é uma coisa, pelomenos dá pra correr gritando: “salve-se quem puuuddeeer!”
Agora, sem noção em lugar fechado, principalmente quando esse lugar fechado é um ônibus e, o pior, lotado é mais gostoso do que quando entra farpa debaixo da unha.
Maravilhótimo!
Uma coisa muito comum de ver nos ônibus são pessoas ouvindo música com seus fones de ouvido. Até aí tudo bem, no máximo você ouve um chiadinho e segue feliz rumo ao seu destino.
Mas, vocês já viram aquelas pessoas que levam a sério o sentido da palavra “compartilhar” e colocam suas músicas para todo o ônibus ouvir?
Eu, sinceramente, não me importo porque eu gosto de música, mas, é que toda vez que isso acontece, são músicas que não agradam a todos, tipo forró, pagode, rap.
Gosto musical é muito pessoal, e colocar tuas músicas para todos ouvirem sem que ninguém tenha pedido é muita falta de noção. Tenho certeza que, se eu colocar as minhas músicas para eles ouvirem, certamente eles não vão gostar.
Eu, muitas vezes, peguei ônibus com um motorista que, em vez de deixar na rádio que toca no ônibus, ele ficava mudando toda hora pra uma rádio de forró “risca-faca”. Era só no xenhem nhem.
Outra falta de noção, pelomenos pra mim, é quando entra pessoa muuuito perfumada no ônibus. E perfumes doces me causam enjôo.
Eu simplesmente ODEIO aquele creme de morango da Victoria’s Secret, e sentou do meu lado uma mulher que parecia que tinha entrado dentro do frasco do creme, comido o creme, passado o creme no cabelo, lavado a roupa com o creme, lustrado o sapato com o creme...
Palavrão!
Quando você encontra alguns amigos é muita alegria, certo? Todo mundo quer conversar, contar sobre seu dia, dar risada. Daí as pessoas se empolgam começar a falar um pouco mais alto, rir alto, essas coisas. Sem problema se eles estivessem em um bar.
Não sei se vocês já pegaram ônibus com gente assim, mas é muito difícil. Você não consegue ouvir música, você não consegue dormir, você não consegue escutar o que a pessoa que te liga diz. Eu não estou exagerando, já aconteceu comigo bem umas 3 vezes, daquelas que as pessoas que estão ao lado se olham procurando uma opinião comum, com aquela cara de “Jesus, Maria e José, mas o que é isso?”
É tanta gente sem noção que, olhando as minhas anotações, cheguei à conclusão que precisarei fazer um “O Retorno” desse texto.
Aguardem, em breve os sem noção retornarão.

25 de julho de 2008

Histórias de Ônibus Parte III

Coisas que eu não entendo
Por mais que eu use de toda a minha empatia, senso de lógica ou criatividade, tem coisas que pessoas fazem que eu não consigo entender.
Com certeza, elas têm os motivos delas, mas o que não entra na minha cabeça é porque elas ainda insistem em fazer as coisas pelo modo mais
complicado.
Por exemplo: na rua que eu pego ônibus, como os motoristas já conhecem algumas das pessoas que pegam ônibus ali, em 95% dos casos, se você der sinal fora do ponto, o motorista para. Mas para isso, você precisa estar do lado onde os ônibus passam.
De que adianta você estar do outro lado da rua, na mão contrária?
Nada, né? E ainda corre o risco de ser atropelado quando for atravessar correndo no desespero de pegar o ônibus.
Uma das coisas que eu não entendo: ficar do outro lado da rua quando vai pegar o ônibus. Já atravessa logo!
Já que toquei no assunto do desespero pra pegar o ônibus, vou perguntar: Você já correu pra pegar o ônibus? Eu já corri, corro sempre porque meu ônibus demora um tantinho pra passar. Mas eu só corro quando sei que tem uma probabilidade de eu alcança-lo.
Já vi gente correr quilômetros por causa de ônibus e, na maioria das vezes, o ônibus parte antes de a pessoa chegar.
Quando você está na frente do ônibus, pode até ser que o motorista pare porque está te vendo, mas e quando você está atrás dele?
Outro dia eu estava dentro do ônibus que estava parado no ponto, quando passaram três rapazes correndo que pareciam fugir da polícia, tudo pra pegar o ônibus que estava quase fechando as portas. Eles gritaram e o motorista abriu.
Que vergonha! Aí entra quase sem ar dentro do ônibus.
Tudo bem se fosse um ônibus que só passasse de meia em meia hora ou mais, mas são desses que passam de 3 em 3 minutos.
Não sei se vocês já viram essa cena: você está no ponto e vem uma pessoa correndo muito rápido. Ela faz maior escândalo pro ônibus parar e quando ela chega vai olhar o nome e o número do ônibus e não é o que ela tava esperando.
Ta aí outra coisa que eu não entendo: correr pra pegar o ônibus quando ele está a 4 quilômetros de distância, principalmente quando você está atrás do ônibus e nem sabe qual é.
Tem uma coisa que eu até já perguntei o motivo, mas a resposta foi a mais difícil de entender do
que as preposições de tempo do inglês.
É assim: de manhã, eu pego um ônibus pra chegar até a rua que passa o Trólebus (esse que passa de 3 em 3 minutos). Eu desço no primeiro ponto da rua que ele passa para pega-lo mais vazio porque esse Trólebus de manhã é muito cheio. Muitas vezes, tem lugar pra sentar e o
caminho é longo, leva mais ou menos 50 minutos até onde eu desço.
Um dia peguei o primeiro ônibus, esse que vai até a rua do Trólebus, e encontrei um conhecido. Quando cheguei ao meu ponto, me despedi e desci. O trólebus passou, entrei, dei sorte e sentei, mais gente entrou, e o ônibus continuou. No próximo ponto, quem entra no ônibus? O meu conhecido.
Claro que já não tinha mais lugar vago, sempre entra muita gente no ponto que eu entro.
Então perguntei por que ele havia pegado o ônibus naquele ponto e não no anterior e ele respondeu: “porque onde eu desci fica mais fácil para atravessar a rua e pegar o Trólebus”
E ele não é o único que faz isso, já vi muita gente ficando em pé por escolher o outro ponto.
Com certeza, essa eu nunca vou entender.
Tem muita coisa que eu não entendo, como levantar muito antes do seu ponto de descer quando o ônibus está praticamente vazio, pegar o ônibus mais lotado que passa quando sabe que o outro
não vai demorar mais que 3 minutos pra passar, fora o que eu já disse nos textos anteriores, como ficar grudado na porta quando não vai descer e longe dela quando vai desembarcar.
Agora o pior eu não sei. Eu acho tão estranho essas coisas e tanta gente faz.
Será, então, que a estranha sou eu?

19 de julho de 2008

Histórias de Ônibus Parte II

Mochilas
Outro problema que enfrento nos ônibus são as mochilas.
Aliás, as mochilas não porque elas são seres inanimados, mas sim os sem noção que andam com elas nas costas no meio do corredor do ônibus lotado.
Ônibus lotado já é difícil de andar, agora imagina você tentando passar e não consegue porque tem uma mochila ocupando o espaço.
Vamos relembrar o poeta Carlos Drummond de Andrade:
______________________________________________

No meio do caminho
No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra.

Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra
_____________________________________________
Agora substitua a palavra “pedra” por “mochila” e “caminho” por “corredor”.
É bem por aí a rotina no transporte coletivo. E nessa mesma quantidade de “pedras no caminho” que o poema cita. Por dia.
Não é possível que as pessoas não se sintam incomodadas com um monte de gente arrastando a mochila numa tentativa estressante de chegar ao outro lado.
Ah, agora lembrei de uma coisa: outro dia, eu toquei nesse assunto com alguns colegas de trabalho, dizendo que mochila em ônibus era bastante complicado. Foi quando uma menina falou: “É mesmo, enche o saco! Principalmente quando as pessoas passam arrastando a minha mochila junto”. Agora imaginem a venda de ações da Bolsa de Valores. Pois é, foi como atacamos a coitada quando soubemos que ela era uma “mochileira dos corredores”. Isso prova que eles se irritam com isso também, só não percebem que eles são o problema.
As linhas que passam perto de casa são de micro-ônibus, e de manhã os ônibus enchem mesmo, horário de pico. Em época de aula, tem sempre uns meninos de mochila no ônibus que eu pego. Tem um deles que todos os dias, religiosamente está colado com a catraca e de mochila nas costas, mesmo que mais pra trás ainda tenha espaço. No primeiro dia eu pedi licença normalmente, no segundo pedi licença novamente, mas com um pouco menos de paciência. No terceiro dia, eu usei aquele tom de “você não percebeu que está atrapalhando, não, sua mula?”. Como o menino estava todos os dias lá na mesma posição, do quarto dia em diante passe a arrastar a mochila.
Fora que é muito divertido arrastar mochila, eu acho.
Vocês podem até estar pensando que um dia a “mochileira dos corredores” pode ser eu. Mas eu tenho o bom senso de, ou usa-la na frente, ou de lado, ou colocar no chão, ali naquele cantinho entre um banco e outro.
E claro, pedir licença antes pra pessoa que estiver sentada.

13 de julho de 2008

Histórias de Ônibus Parte I

Sai da Porta, pô!
Nesse primeiro capítulo de Histórias de Ônibus, vou falar de uma coisa bastante comum dentro de ônibus e metrôs e que, com certeza, já deixou muita gente nervosa.
Existem pessoas desesperadas que acham que não vão conseguir sair do ônibus se entrarem e, por esse motivo, ficam plantadas na porta.
Perdi a conta de quantas vezes tinha gente estacionada na porta dos ônibus quando tinha um monte de gente descendo em terminais. Assim, daquelas duas saídas separadas por um ferro que têm nas portas dos ônibus, só uma ficava disponível.
Pior que ainda acham ruim se alguém reclama.
Apesar de eu saber que existe gente que agride outra pessoa por causa de uma olhada torta, em alguns dias de mau humor eu me manifestava mesmo. Passava quase levando a pessoa junto com o ombro e soltava bem alto um “tsc” acompanhado de uma respirada com som, dessas quando a gente não tem mais paciência.
Eu não sei se é comodismo, se é egoísmo, se é praticidade, se é um comodismo egoísta prático, mas quando tem aquelas paradas onde as pessoas entram em grande quantidade por uma porta, assim como ocorre nas estações de metrô, elas ficam paradas ali mesmo, não vão para os corredores. Ninguém consegue passar. Quando isso acontece no ônibus, o motorista não consegue fechar a porta, e no metrô, como a porta fecha de qualquer forma, fica gente pra fora.
Pelomenos, eu já vi em vagões do metrô uns comunicados para as pessoas não ficarem nas portas se não forem desembarcar naquela estação. Mas a melhor mensagem que eu já vi no metrô é aquela que é pintada no chão dizendo pras pessoas esperarem quem está dentro sair para depois elas entrarem.
Eu achei o máximo!
Já cansei de empurrar gente querendo entrar no metrô pra eu poder sair.
E aquelas pessoas desesperadíssimas que ficam em pé dois pontos antes de chegar no ponto de destino?
Isso já aconteceu comigo, e o melhor, foi bem de manhãzinha (eu acordo de mau humor pra quem não se lembra). Eu estava indo em direção a porta, seguindo o fluxo que estava descendo, quando uma senhora se levantou e entrou na minha frente. Eu pensei que ela fosse descer, afinal, ela se levantou e entrou na fila de gente com o mesmo objetivo. Mas eu me enganei, ela ficou parada na porta, então o motorista começou a andar.
Imagina a minha raiva.
Olhei bem pra cara da senhora e gritei na orelha dela: “EU VOU DESCER, MOTORISTA!”.
Ou então tem aquelas pessoas calmas demais, ou talvez destraídas e/ou perdidas, que quando o ônibus para, todo mundo desce, o motorista fecha a porta, a pessoa grita de lá da frente: “VAI DESCER, MOTORISTA!”
Eu sempre penso: “Se ela vai descer, porque não veio pra mais perto da porta?"
Até que um dia isso aconteceu.
O motorista já estava fechando as portas, quando uma voz vinda de lá da frente gritou: “VAI DESCEEERRR!!!”, eu pensei o que aquela pessoa estaria fazendo na frente do ônibus, daí só ouvi um senhor dizer: “Então por que não fica perto da porta?”
Vocês não podem imaginar a emoção que eu senti.
Foi como se um sonho meu estivesse se realizando naquele momento.
Você pensa e o sonho se realiza. Não é magnífico?
Ai, a gente se diverte com cada coisa, né?

9 de julho de 2008

Histórias de Ônibus - Introdução

Dizem que quem não bebe não tem história pra contar.
Eu vou complementar essa máxima: “Quem não bebe e quem não anda de ônibus não tem história pra contar”
Caros colegas que dependem de transporte público coletivo, eu estou errada?
Quem é que nunca nem conseguiu chegar sequer à catraca? Quem é que nunca teve que arrastar uma mochila nas costas de um sem-noção para poder chegar a porta? Quem é que nunca ao chegar na porta do ônibus se deparou com uma senhora acima do peso segurando no ferro como quem segura um terço na missa e que não vai descer no mesmo ponto que você?
Pois é...
Na hora dá muita raiva, eu sei. Sei de segunda a sexta, quatro vezes por dia.
Mas vamos pensar pelo lado positivo da situação: quer melhor exercício de paciência?
Segundo a minha grande companheira Wikipedia: “Paciência é uma virtude de manter um controle emocional equilibrado, sem perder a calma, ao longo do tempo. Consiste basicamente de tolerância a erros ou fatos indesejados. É a capacidade de suportar incômodos e dificuldades de toda ordem, de qualquer hora ou em qualquer lugar. É a capacidade de persistir em uma atividade difícil, tendo ação tranqüila e acreditando que você irá conseguir o que quer, de ser perseverante, de esperar o momento certo para certas atitudes, de aguardar em paz a compreensão que ainda não se tenha obtido, capacidade de ouvir alguém, com calma, com atenção, sem ter pressa, capacidade de se libertar da ansiedade. A tolerância e a paciência são fontes de apoio seguro nos quais podemos confiar. Ser paciente é ser educado, ser humanizado e saber agir com calma e com tolerância. A paciência também é uma caridade quando praticada nos relacionamentos interpessoais.”
Chique, né? Também achei!
E é por isso que eu selecionei alguns “causos” que aconteceram comigo nos ônibus, metrôs, ou esperando os benditos.
Histórias de ônibus, nos próximos posts deste humilde blog!
Aguardem...

6 de julho de 2008

Desumanidade

É difícil acreditar que isso exista de verdade.
Apanhar na rua porque gosto de amarelo e as pessoas que me bateram gostam de verde.
Guerras serem iniciadas porque um grupo acha que leite faz mal a saúde, e o outro jura que não.
Humilhar uma pessoa em público porque ela gosta de observar estrelas e a maioria acha que o “correto” é estudar árvores.
Parece absurdo, não parece?
Mas isso acontece, e acontece muito.
E é claro que não acontecem barbaridades por esses motivos que citei, mas é tão ridículo como se fosse. Afinal, não deixa de ter o mesmo conteúdo: apenas opiniões diferentes.
Assista a um noticiário, leia um jornal no caderno de atualidades ou na página policial.
Esse tipo de notícia tem se tornado bastante comum.
A medida que o mundo progride e cria novos grupos, algumas pessoas desse mesmo mundo regridem por resistirem a mudanças ou a atitudes incomuns.
Tem gente obrigada a se esconder, deixar de ser o que é em certos momentos porque, se o fizer, pode perder a vida. E das maneiras mais cruéis que possam existir.
Se eu gosto de usar vestido, não posso sair na rua com um, porque se encontrar um grupo de pessoas que acha que vestido é errado, eu vou sofrer as conseqüências.
E o pior é pensar que são da mesma espécie que eu, que você, que as pessoas que apanham.
Esse fanatismo cego, essa falta de compreensão só faz com que as pessoas “estacionem”, porque é nas diferenças que abrimos nossas mentes, que evoluimos.
E pessoas de mente aberta não fazem esse tipo de estupidez.
Essa gente irracional vai viver pra sempre naquele mundinho, onde suas preferências e opiniões são uma religião, sendo o egoísmo o deus deles e essas barbaridades cometidas suas missas, seus cultos, seus rituais.
O pior: a pessoa que apanha se revolta com as pessoas que bateram, e vão, muitas vezes, atrás de vingança e é por isso que não tem um fim.
E pelo jeito nunca terá, porque a raiva nos torna irracionais e inconseqüentes.
Atrevo-me a dizer que esse tipo de coisa é tradição, e quem continua, não sabe porquê e nem de onde vieram tais atitudes, apenas as levam para frente como se fosse sagrado.
Não sabem porque quem gosta de verde, deve acabar com os que gostam de amarelo, apenas o fazem cada vez que encontrar com um.
Falta o senso de comunidade, de igualdade, de respeito. Falta razão.
E eu não espero o pior para essas pessoas. Eu desejo que elas repensem suas atitudes e ideais e, com a mesma vontade que têm de acabar com as opiniões diferentes, queiram criar mais diferenças e, com elas, alcançarem o sentido real da palavra HUMANIDADE.

1 de julho de 2008

Nem percebi, menina!

Eu estava pensando em algum assunto para escrever mais um texto.
Então, resolvi colocar algumas músicas. A primeira que tocou (estava em modo aleatório), foi uma música da Vovó Mafalda, Tumbalacatumba.
Como eu estava no messenger e estava escrevendo, deixei a música tocando, mas ia mudar loguinho.
Aí escrevi, escrevi, escrevi, fiquei esperando a resposta, e quando me dei conta, eu estava dançando sentada!
Eu não to mentindo, gente!
Sabe balançando de um lado pro outro?
Então, quando voltei à lucidez, pensei: “nossa, como eu sou ridícula!”
Primeiro por ter na minha lista uma música da Vovó Mafalda, segundo por deixá-la tocando, terceiro por dançar involuntariamente, quarto por rir disso tudo, quinto por publicar essa insanidade.
Mas me fez lembrar que eu faço isso de vez em quando. Quem já trabalhou comigo deve ter visto que, de vez em quando, eu começo a dançar (discretamente, claro, não vou começar a rodar de cabeça pra baixo e fazer passos de street dance).
Ah, o quê é que tem?
Todo mundo faz coisas sem perceber.
É engraçado também quando você está conversando com uma pessoa, e ela está prestando toda atenção no que você está dizendo, e quando você faz uma expressão ela também faz. Já viram isso?
Você está falando de alguma tragédia, por exemplo, e franze a testa. Quando você olha, a pessoa está fazendo igual sem querer.
Crianças fazem isso, mas já vi muito adulto fazer também, só tenho que me segurar pra não rir.
Também tem aqueles que sempre falam o final da palavra que você está dizendo.
Sabe eco?
Depois sempre completam com um “isso”, ou com um “com certeza”.
- Não, eu não acho que ele faz isso porque gosta.
- osta. Isso...
- É que, muitas vezes, a pessoa se vê compelida a fazer certas coisas porque a situação obriga.
- ção obriga. Com certeza.
Todo mundo faz essas coisas involuntárias.
Uma vez eu estava assistindo a televisão, prestando toda a minha atenção, quando escutei a minha mãe, que também estava assistindo, dando risada.
Eu pensei: “Eita! Do que ela ta rindo? Nem ta passando comédia.”
Ela disse que eu estava com cara de dor assistindo a uma reportagem sobre cirurgia plástica.
Ah, gente. É empatia!
Pelomenos agora eu vou ter motivos pra rir dela também.