17 de outubro de 2008

Acorda!

Ao longo de nossa vida, vamos aprendendo algumas espertezas.
Coisinhas simples que facilitariam a nossa vida e nos fariam perder menos tempo mesmo que esse tempo perdido seja bem curtinho.
É comum acontecer de alguém me ligar pra pedir um telefone, ou um endereço e, quando eu vou falar, a pessoa diz: “espera aí que eu vou pegar uma caneta”
Pô, se você ligou para pedir uma informação, porque já não se preparou pegando papel e caneta?
Toc Toc Toc

Seguuuura

Olha, eu não sei vocês, mas eu tenho problemas em querer falar certas coisas.
Calma, nada grave, não vou chegar contando que você é adotado ou que eu vi sua namorada te traindo, não é isso. Mesmo porque essas coisas não são da minha conta.
Isso também não significa que eu vá falar o que me der na telha. Nem sempre querer é poder.
Mas vontade não falta.
Sempre que vejo uma etiqueta pra cima, fico com vontade de arrumar ou avisar a pessoa. Se eu conheço a pessoa, não tem o menor problema, mas se não, eu fico com muita vontade de ir lá e arrumar, só que não vou.
Isso também acontece quando a pessoa está com o rosto sujo, uma folhinha no cabelo, essas coisas.
Bom, acho que isso não é muito fora do normal. Tenho certeza de que eu não sou a única que sente vontade de avisar.
Uma coisa que me dá muita vontade de falar é quando vejo alguma mulher com um bigode bem saliente. Poxa, porque não depila? Será que a pessoa nunca reparou no próprio buço? Ninguém nunca deu a dica pra ela?
Eu já dei essa dica uma vez. Cheguei pra uma menina, na época éramos colegas de escola, e falei:
- Não me leva a mal, mas eu queria te falar uma coisa.
- Ah, pode falar.
- Não fique chateada comigo, mas eu acho que uma coisa que sempre deixa a mulher mais bonita é quando ela tira as sobrancelhas, faz o buço. Por que você não vai a um salão e experimenta fazer? Dói um pouquinho, mas vale a pena.
Sorte que ela levou numa boa. Ela seguiu meu conselho e disse que adorou.
Também já aconteceu de eu ter sido mais sutil. Uma outra amiga minha estava meio preguiçosa, e acabou deixando o buço por fazer. Em vez de eu dizer: “Ô da padaria, vai tirar esse bigode aê!” e peguei uma daquelas folhinhas com cera para depilação de rosto e dei de presente pra ela e disse: “espero que não me leve a mal”
Eu sei que tem gente que não gosta muito, mas eu vivo sugerindo aos meninos monocelhas para tirarem um pouco dos pelos ali sobre o nariz, no meio das sobrancelhas.
Mulheres que eu vejo pelas ruas com cabelos por pintar ou com cortes que não combinam com elas, eu tenho vontade de falar, sugerir.
Uma coisa que eu não me conformo é quando vejo uma mulher usando sandália e o pé dela está super ressecado que parece que jogaram farinha de trigo de tão branco que fica. Passa um creme, um óleo corporal ou qualquer produto.
Tem gente que não se importa muito com essas coisas, né?
Já vi cada gente que eu ficava pensando: “se ela alisar o cabelo assim, tirar as sobrancelhas de outro formato e não usar essa franja estranha talvez ela fique mais bonita.”
Já fiquei com vontade de dizer: “gravata e camisa de manga curta não combinam, moço”, ou então: por que você não tira os pêlos da orelha?”
Eu vejo isso como dicas positivas, vai da maneira como a pessoa encara o toque e, claro, da maneira que eu vou falar.
Bom, questão de opinião.

10 de outubro de 2008

Figura II - O Retorno

Depois que eu escrevi o texto Figura, muita coisa aconteceu, mas Elaine ainda continua uma figura.
Em relação à sombra de dois tons ela evoluiu bem, como algumas pessoas puderam comprovar (Tadeu, por gentileza), pois tentar é o passo principal.
Ponto pra ela!
Mas, como uma vez Flamengo, sempre Flamengo, Elaine ainda me faz dar muita risada.
Chega no fim do mês a gente faz regime, não porque quer emagrecer, mas porque já gastamos quase todos os nossos tickets.
Certo dia ela tava comentando comigo que a mãe dela tinha feito comida no dia anterior e que ela queria trazer marmita.
- Você trouxe?
- Não, minha mãe esqueceu de fazer ontem a noite e eu não ia acordar ela hoje de manhã pra fazer marmita pra mim.
- Espera aí, repete isso que você falou.
- O que?
- Você não trouxe marmita porque a sua mãe esqueceu de fazer ontem e você não ia acordá-la cedo pra fazer a marmita pra você?!?!
- É...
- hahahahahahahahahahaha Não acreditooo!!! Por que você não fez?
Depois ela me explicou que estava atrasada de manhã e depois de eu perguntar sobre o dia anterior, ela falou que não tava a fim de colocar a marmita na geladeira que fica do lado de fora da casa porque a de dentro ta bichada.
Mas essa não é a mais clássica!
Teve um dia que ela me ligou (isso tem uns meses já) e disse que não poderia almoçar comigo. Eu perguntei o motivo e ela me chamou até o toilette. A calça dela havia descosturado e ela ia até em casa para trocar. Da empresa até a casa dela, dá uns 45 minutos mais ou menos. Nessa brincadeira, ela gastaria umas duas horas e R$ 2,30.
Eu perguntei:
- Você ta querendo fugir de alguma coisa?
- Claro que não! Por que?
- Então por que você vai até a sua casa?
- Como que eu vou trabalhar assim, Nathalia?
- Só um momento, fique onde está!
Eu saí atrás de linha e agulha, achei já com a primeira pessoa que perguntei e voltei correndo pro toilette.
- Tira essa calça e me dá aqui que eu vou costurar.
Costurei a calça rindo e dou risada até hoje disso. Como que ela, nem a chefe dela pensaram nisso?
Fora essas coisas, Elaine ainda continua uma fofa e cada vez mais minha amiga.
Só espero que ela não fique chateada de eu publicar isso hihihihi!

7 de outubro de 2008

Será que eu ouvi direito?

Olha, eu to tentando me convencer até agora de não ter ouvido o que ouvi.
Eu espero que a senhora tenha trocado as palavras, ou eu tenho entendido errado.
Eu estava no ônibus indo pra casa e entrou um senhor que sentou no banco à frente do meu.
No ponto seguinte, subiu uma senhora e o senhor, que já estava sentado, a cutucou, e ela perguntou:
- Onde você pegou o ônibus?
- Ali em baixo. Por que que você pegou aqui?
- Ah, porque a gente achou que aqui vinha mais rápido.
O que que vinha mais rápido? O ônibus?
A diferença de tempo é muito pequena porque a rua é uma reta e um ponto não é muito longe um do outro, não dá um minuto pra chegar de um ponto a outro sem trânsito.
Nesse caso, eu iria pro ponto de trás, pois o ônibus estaria mais vazio, posto que ele não teria passado em um ponto.
Será que ela vinha mais rápido de onde estava para o ponto?
Será que era isso mesmo que ela queria dizer? Eu não mudei nenhuma palavra do que ela falou. Mesmo porque a frase ficou ecoando na minha cabeça.
Meu, como assim o ônibus vem mais rápido em um ponto? Ele pode passar antes em um, isso é lógico.
Os ônibus são os mesmos, a rua é a mesma, o horário que eles saem é o mesmo...
Eu precisava desabafar.
Obrigada!

Amigo imaginário

O que é a tecnologia, né?
Antes todo aparelho era grande, pesado, caro.
Muita coisa mudou, e consideravelmente rápido.
Um bom exemplo é o computador que antes era enorme, tomava um cômodo inteiro, e hoje não ocupa nem 50 cm² somando CPU, teclado, monitor e mouse.
Outro bom exemplo é o celular que, não há muito tempo, era grande, pesado e caro.
Tinha só aquele modelo preto, sem muita utilidade além de ligações.
Mas nos dias de hoje, tudo é bem diferente.
Muita coisa não precisa mais nem de fio, o que eu acho bem curioso.
Eu já vi uma moça andando na minha frente, com as mãos balançando normalmente e falando. Mas não era simplesmente falando, como quem filosofa sozinho. Era conversando.
Mas com quem? Nunca ouvi falar de gente grande que tivesse amigo imaginário.
Será que a pessoa com quem ela tava conversando parou pra amarrar os sapatos e ela não viu?
Mas não, era um Bluetooth!
Confesso que achei engraçado aquele negócio grudado na orelha da moça e ela falando e rindo como se estivesse cara-a-cara com alguém.
Mas já vi uma cena mais engraçada ainda.
Sabe aquelas pessoas que falam com as mãos? Não, não surdos. Pessoas ouvintes que só a voz não basta, tem que fazer a interpretação com as mãos.
Então, tinha um desses no ônibus usando um fone de ouvido conectado ao celular. Ele estava de pé, encostado naquela parte sanfonada do ônibus e falando muito alto e, como se não bastasse, fazendo gestos com as mãos.
Ele dizia algo como: “hahahaha não acredito cara! (mãos nas bochechas) É sério mesmo? (mão em formato de suspiro) Mas, perae. Isso não era pra acontecer na próxima terça-feira? (testa franzida) Não, pó! (balançando a cabeça) Não, eu to falando! Aaahhh hahahahahaha... (uma palminha)”
Só não sei se era mais engraçado o cara falando ou o povo olhando com cara de “não to entendendo” pra ele.
Parece uma cena bizarra, mas eu vi. Bom, já vi cada coisa mesmo.
Eu mesma já usei esses fones, mas tentei ser discreta e segurava o microfone para não dar a impressão de estar falando sozinha.
A gente tem que pelomenos parecer normal, né?

1 de outubro de 2008

Ah, não acredito!

É tão curioso como certas coisas acontecem.
Sabe quando você está procurando muito uma coisa, não acha, acaba desistindo porque tem mais o que fazer e um belo dia, quando você está apenas dando uma limpadinha nas gavetas, acha o que estava procurando antes?
Muita gente passa por isso. Já ouvi algumas vezes (e disse também) quando alguém me vê procurando alguma coisa que não encontro: “O dia que você não estiver procurando você acha”
Eita praga! É bem assim mesmo.
Já aconteceu de eu desembarcar no terminal de ônibus, ver que estava chovendo e, por isso, pegar meu guarda-chuva na bolsa. Quando abri, dei uma procurada, coloquei a mão, apertei um pouco, mas nada tinha a textura parecida com a do meu guarda-chuva. Esperei um tempinho e saí correndo.
Quando cheguei em casa, abri a bolsa para pegar meu celular e quem aparece?
O meu guarda-chuva, aquele Judas.
Não sei como eu não o vi ali, mas tudo bem.
Essas coisas acontecem com todo mundo. Outra coisa bem comum é começar a chover 3 minutos antes de você ir embora.
Tem aquelas pessoas que estão com pressa e saem correndo na chuva mesmo. Daí, quando chegam no destino, a chuva para.
Não é lindo?
E, pra completar, nos dias que você está com mais sorte, o seu tênis desamarra!
Eu odeio ter que parar para amarrar o tênis, mas só de pensar que ele vai ficar arrastando no chão cheio de barro da chuva e levando sujeira consigo, e que depois eu vou ter que por a mão pra amarrar, eu penso melhor e procuro um lugar pra parar.
Uma coisa que muitas mulheres reclamam, embora eu tenha certeza de que é psicológico, é começar umas coceiras depois de pintar as unhas. Estranho, mas eu não ouvi isso de poucas mulheres não.
E quando você já está sem sono, precisa dormir porque vai acordar dali a poucas horas, fica se virando na cama, contando carneirinhos e quando finalmente você está começando a dormir, vem um pernilongo estragar sua felicidade? Isso já aconteceu comigo. O pernilongo quase entrou no meu nariz, eu comecei a espirrar que não parava mais, corriam lágrimas de tanto que eu espirrava, tive que levantar pra assoar o nariz que depois não parava de coçar. Acho que nisso eu perdi mais de meia hora da minha noite.
E quando você está dormindo, descansando mesmo, toca o despertador.
Tem dias que parece que tudo dá errado.
Os faróis se fecham para você quando está com pressa, o chuveiro pifa quando você está todo ensaboado num dia frio, aquela coxinha que você compra morrendo de fome e de vontade tem vinagre.
É nesses dias que você pensa: “Murphy, seu safado, não tem mais gente pra você encher não?”